Friday, December 5, 2008

Nanatsu Kaze No Shima Monogatari


Como ávido leitor de revistas de videojogos durante a minha infância, tive a oportunidade de conhecer um universo de títulos bem mais amplo do que aquele que era oferecido pelo reservado mercado em Portugal. Entre dezenas de revistas castelhanas, francesas e brasileiras empilhadas nas prateleiras de minha casa, também se sobrepunham as memórias de jogos inatingíveis segundo o aviso prévio dos afortunados escritores daqueles artigos que eu lia e relia frequentemente. Algures, numa única página entre tantas, figurava um jogo singular cujas imagens me marcaram por alguma razão: talvez pelos desenhos pouco vulgares, ou apenas por uma tendência minha em me concentrar naquilo que não posso ter; tratava-se da Hobby Consolas de Julho de 1997.



Nesta pequena mas enigmática página da secção Big in Japan, o colaborador da Hobby Press identifica o jogo com o título NANATSU NO KAZE NO MONOGATARI, possivelmente uma má transcrição do título original do jogo, NANATSU KAZE NO SHIMA MONOGATARI, traduzido em português, A História da Ilha dos Sete Ventos. Descrevendo-o como um jogo de aventura, o autor do texto também ressalva a invulgar exclusividade deste jogo para uma plataforma SEGA, sendo originário da Givro (Giburo) e da Enix - empresas que criaram a sua reputação em consolas Nintendo. Inocentemente, o personagem principal Gaapu é aqui apelidado de Doctor Gaapu, um de diversos equívocos presentes nos poucos parágrafos que ocupam esta página.

Dez anos após ter conhecimento deste lançamento foi-me concedido o privilégio de o adquirir e experimentar as suas qualidades em primeira mão, facto que justifica a minha apressada tentativa de escrever um texto a seu respeito para o Hardcore Gaming 101 da GameSpy, ciente de toda a expectativa construída ao longo de mais de uma décda. Esta obra rara editada pela Enix é, de facto, um dos jogos mais importantes do seu sistema não só pelo facto de trazer um novo género aos possuidores de consolas SEGA, mas também pelos talentos que se uniram especialmente para a sua criação. O resultado, como defendo no texto do HG101, é um jogo íntegro e surpreendente, de uma beleza visual notável. A simplicidade da sua história e a brevidade dos diálogos em muito adensam o ambiente misterioso desta ilha fictícia e os seus ventos místicos. Fica para breve a publicação no Pixels de uma selecção do soberbo artwork que preenche o disco suplementar do jogo.

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