Thursday, January 10, 2008

Axios 01 / Mojib-Ribbon /



Immanuel Kant descreveu como poucos a verdadeira significação por detrás dos factores que determinam qualidade estética, na sua pluralidade de manifestações. A abordagem axiológica a um determinado estímulo sensorial compreende a hipótese de um veredicto universal, em complemento da apreciação subjectiva. É possível, desta forma, atribuir um número e qualidade de adjectivações a um estímulo, baseado não só na sua dimensão subjectiva mas também no sentido absoluto. Conceitos como beleza podem evadir o estatuto de juízo pessoal e tornarem-se uma propriedade constitutiva dos objectos, independentemente do sentido característico de cada um. As sensações derivadas desse objecto devem originar prazer, incitando as nossas capacidades de contemplação reflexiva. Aí reside a genuína harmonia da Natureza e da Arte.

Se a qualidade formal do objecto lhe é intrínseca, cabe ao receptor encontrar o equilíbrio na forma como o qualifica e caracteriza. O exemplo de MOJIB-RIBBON, como já tinha sido verificado anteriormente em VIB-RIBBON, é o de um apurado sentido estético que suscita, precisamente, os mais variados pensamentos e sensações no jogador. A sua singularidade no desenho das formas elementares com traços grossos e irregulares sobre um pano de fundo escassamente colorido actua como um subtil complemento aos componentes sonoros que se expressam em inteira conexão com a mecânica do jogo. Inspiradora, a arte audiovisual do jogo de Masaya Matsuura também constitui um exemplo intemporal da suave mescla entre o onirismo bidimensional e a cadência da sua tridimensionalidade.

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