Em SOUL BUBBLES, o objectivo do jogador é o de transportar frágeis almas aconchegadas no interior de bolhas de ar, ultrapassando os obstáculos e perigos que surgem incessantemente através dos diversos níveis. Ainda que num primeiro momento possa ser julgado pelas suas semelhanças a LOCO ROCO, numa homenagem nada dissimulada, este título possui uma identidade muito própria. Bem para além da sua ligeireza narrativa, o seu design e estética erguem-se em função da fluidez do gameplay, um equilíbrio raro no domínio dos jogos actuais.
As suas grandes qualidades no planeamento e desenho encontram-se metodicamente doseadas ao longo dos diversos níveis, cada qual com a sua reinterpretação da mecânica de jogo. SOUL BUBBLES ostenta um colorido impensável na DS. Por esta razão, torna-se difícil conceber uma experiência onde o jogador, uma vez seduzido pela simplicidade dos controlos e do conceito em desenvolvimento, não se sinta compelido a levar a cabo a pequena e humilde aventura.
É interessante verificar a forma como o estúdio francês Mekensleep, formado a partir de antigos membros das extintas Cryo e Kalisto, adotpou o esquema de jogo do promissor Omar Cornut e a ele se aliou nesta investida rumo ao mercado da Nintendo DS. Outra agravante à singulariade do jogo surge sob o nome de Frédérick Raynal, creditado em SOUL BUBBLES na categoria de Spiritual and Game Design Guidance.
Uma das recompensas para o jogador mais persistente consiste em dois níveis de bónus cuja estética, muito distinta daquela que é cultivada durante o jogo, parece querer evocar ideais de beleza de outras culturas, possivelmente até de outros videojogos de recente memória. Resolvi, por esta razão, tirar algumas imagens destas duas áreas, construídas ao abrigo da estética de estampa japonesa, aqui visível no traço tradicional de desenho, a tinta da China, e na exótica camada de coloração, de contraste entre tons claros e leves e a pontual mancha de cor viva.
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