Friday, August 22, 2008
The Beggar
Um dos maiores traumas do jogador moderno é a ausência de uma terceira parte na série SHENMUE. Mesmo que este problema apenas atinja uma reservada porção da população que se dedica aos videojogos, o desalento, a descrença e o eventual inconformismo são sintomas comuns a todos os que viveram e jogaram, apaixonadamente, os dois títulos de Yu Suzuki.
Apesar de já se terem passados muitos anos, a ideia de uma sequela não esmorece e ressurge esporadicamente, sempre que alguma notícia aponta para um novo projecto oriundo da SEGA. Pessoalmente já há alguns anos que me desencontrei com a possibilidade de ser dada continuidade aos episódios já explorados. Talvez por essa razão tenha iniciado uma período de revivalismo: primeiramente através da aquisição dos guias originais dos jogos em japonês; e, mais recentemente, uma extraordinária pérola apenas disponível para aqueles que adquiriram a edição especial do jogo VIRTUA FIGHTER 3TB no seu lançamento, com esse disco extra intitulado PROJECT BERKLEY.
No seu interior, este misterioso e obscuro disco contém cerca de 30 minutos de imagens, incluindo sequências em CGI (as primeiras maquetas tridimensionais), alguns temas musicais de acompanhamento inéditos, assim como uma generosa entrevista a Yu Suzuki, abordando os seus títulos mais emblemáticos no domínio dos jogos de arcade, assim como o nobre projecto que estava a dirigir na altura (segunda metade de 1998, há quase dez anos atrás).
Em momentos menos claros, PROJECT BERKLEY roça o insólito, com sequências que misturam imagens de arquivo (possivelmente imagens capturadas em diversas localizações que serviram de matéria-prima para o jogo) com poesia em complexos kanji japoneses. Foi igualmente incluída alguma artwork, alguma desenhada durante a gravação das imagens, assim como imagens de estátuas que se assemelham a algumas das personagens que nos foram dadas a conhecer por SHENMUE e SHENMUE II: as restantes, desenhadas ou esculpidas, permanecem por identificar.
Ciente de que parte deste GD-ROM se encontra disponibilizado online decidi, não obstante, capturar algumas imagens deste momento evocativo e saudosista: ou não fosse SHENMUE um dos raros jogos, ao longo de tão frequentes anos, que me tivesse feito crer que o supremo e o sublime eram dois estados superlativos também alcançáveis através do meio vídeo lúdico.
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